O
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se mostrou otimista com
o desempenho da economia brasileira ao participar de um congresso de
concessionários de veículos nesta sexta-feira (17), em São Paulo.
"A economia irá acelerar no segundo semestre do ano devido a dados recentemente divulgados do mercado de trabalho, de vendas
no varejo e também indicadores mais amplos", declarou. Nesta
sexta-feira (17), o BC divulgou o o Índice de Atividade Econômica
(IBC-Br), considerado a "prévia" do PIB, com alta de 0,75% em junho
sobre maio.
O resultado do IBC-Br foi divulgado dois dias depois do governo lançar
um programa para estimular a atividade econômica com a primeira etapa de
um novo pacote de concessões para incentivar investimentos na
infraestrutura do país.
Outras medidas, como o desconto
no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, adotado
em maio, tiveram como meta estimular a economia. "Os efeitos dos
estímulos ainda não se manifestaram plenamente sobre as atividades, mas a
economia vem parcialmente respondendo a eles e essa resposta tende a se
aprofundar", avalia Tombini. No caso dos automóveis e comerciais leves,
foi registrado recorde de vendas para os meses de junho e julho.
O IPI baixo começou a valer no fim de maio e deverá terminar no próximo
dia 31. Nesta sexta, o ministro da Fazenda Guido Mantega disse que ainda
vai avaliar o efeito do IPI baixo para decidir sobre uma eventual
prorrogação da medida.
Crédito
Ao falar sobre crédito no XXII Congresso Fenabrave, o presidente do BC diz que vê margem para ampliação da oferta.
"As instituições bancárias tem capacidade financeira para ampliar a
oferta de crédito. O sistema financeiro nacional apresenta adequada
liquidez", declara Tombini.
Para ele, o aperfeiçoamento do sistema de avaliação de riscos e o melhor
compreendimento do perfil dos clientes permitirão que os bancos ampliem
concessões de crédito com segurança. "O endividamento da economia
brasileira não é elevado quando comparado com outras economias e as
dívidas são de mais curto prazo, no momento", afirma. "As últimas
informações disponíveis falam da retração da inadimplência no país. No
que se refere ao financiamento de veículos, as concessões realizadas
desde o segundo semestre de 2011 apresentam menores níveis de
inadimplência."
No último dia 8, a Associação Nacional das Empresas Financeiras das
Montadoras (Anef) divulgou que a inadimplência no financiamento de
carros recuou após 17 meses de alta, encerrando junho em 6%. Segundo a
entidade, durante o 1º semestre deste ano, 52% das compras de veículos foram realizadas com pagamento financiado.
Inflação
Tombini acredita que o crescimento econômico virá sem pesar na inflação.
"Esse cenário de crescimento irá se materializar em um ambiente de
preços sob controle, com inflação convergindo para a meta, embora essa
convergência não seja um consenso linear", afirmou. Para 2011 e 2012, a
meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de
dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
G1
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