Câmara aprova proposta que amplia direitos trabalhistas de domésticas


Por 347 votos a 2, os deputados federais aprovaram em segundo turno nesta terça-feira (4) a proposta que altera Constituição e amplia os direitos trabalhistas dos empregados domésticos. No painel de votação, todos os partidos se posicionaram a favor da proposta.

O primeiro turno votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) foi aprovado em 22 de novembro. Com a conclusão da votação feita hoje, a proposta segue para o Senado.

A proposta concede direitos como adicional noturno, horas extras, jornada máxima e FGTS obrigatório a todos os que prestam serviços domésticos, como jardineiros, motoristas e babás, entre outros.

Alguns direitos entram em vigor imediatamente após a aprovação do texto, como a jornada máxima diária e o pagamento de horas extras. Outros necessitam de regulamentação, como o adicional noturno, o seguro-desemprego e o salário-família.

Se aprovada no Senado, a PEC vai valer não só para os novos contratos, mas também para os que já estão em vigor.


ALCANCE RESTRITO

A lei deve atingir a minoria dos profissionais. Segundo dados da Fenatrad (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas), apenas 27% dos trabalhadores domésticos têm carteira assinada --cerca de 2 milhões dos mais de 7 milhões em todo o Brasil.

Estudo do Dieese mostra que, em São Paulo, 38,7% têm carteira assinada, 28,2% não são registrados e 33,1% são diaristas. Do total, 45,5% contribuem para a Previdência Social.

Em outras regiões metropolitanas, a proporção é ainda menor: em Fortaleza, por exemplo, apenas 15,2% têm carteira assinada, 27,4% são diaristas e 57,3% são mensalistas sem registro. Apenas 17,5% pagam INSS.

Para Eduardo Miguel Schneider, técnico do Dieese, a proposta pode reverter a migração de trabalhadores domésticos para outros setores. Na Grande São Paulo, a participação de domésticos no total de empregados caiu de 8,4% em 2001 para 7,0% em 2011.

CUSTO

Não há cálculos oficiais sobre quanto os novos direitos custariam aos patrões. Para o sindicado das patroas, que é contra a medida, uma empregada registrada pelo salário mínimo (R$ 622) custará R$ 2.750 por mês se dormir no trabalho e forem computadas as horas extras que excedem as 44 horas semanais.

Fonte: Folha de São Paulo/Cidade News Itaú

Postar um comentário

0 Comentários