Para lembrar 20 anos do Massacre de El Dorado, MST bloqueia BRs no RN

Uma das barreiras foi montada por volta das 8h no KM 162 da BR-406, na entrada da comunidade de Massaranduba, em Ceará-Mirim 
(Foto: Divulgação/PRF)

Quatro trechos em três rodovias federais que cortam o Rio Grande do Norte (um na BR-101/Norte, dois na BR-304 e um na BR-406) foram interditados na manhã desta sexta-feira (15) por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo a PRF, o Massacre de El Dorado dos Carajás, que no próximo domingo (17) completa 20 anos, é a motivação dos bloqueios.

Em contato com o G1, o inspetor Roberto Cabral, do núcleo de comunicação da PRF informou que barreiras foram montadas por volta das 8h no KM 162 da BR-406, na entrada da comunidade de Massaranduba, em Ceará-Mirim, e no mesmo horário no Km 69 da BR-101/Norte, entrada para o distrito de Estivas, também em Ceará-Mirim. Já no Km 281, na chamada Reta Tabajara, na BR-304, em Macaíba, a rodovia foi obstruída por volta das 9h10. O último trecho a ser bloqueado, também na BR-304, foi o Km 24, em Mossoró.

Ceará-Mirim e Macaíba são cidades da Grande Natal. Já Mossoró, fica na região Oeste do estado. Em cada um dos pontos, ainda de acordo com o inspetor Cabral, há cerca de 50 manifestantes obstruindo as pistas com pneus e galhos de árvores.

O Massacre de Eldorado
O confronto entre integrantes do MST e policiais ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1,5 mil sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras na rodovia PA-150. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os manifestantes. Dezenove camponeses foram mortos.

Dos 155 policiais que participaram da ação, Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados a penas que superaram os 150 anos de prisão. José Maria de Oliveira permanece custodiado no Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves. Já Mário Colares Pantoja está em recolhimento domiciliar para tratamento de saúde. Já os demais políciais militares que foram a julgamento foram absolvidos dos crimes.