No PR, apostadores tentam se passar por ganhador da Mega-Sena que não buscou prêmio


Desde que a notícia de que o ganhador da Mega-Sena de R$ 23 milhões, sorteada em 10 de julho deste ano, não apareceu para retirar o prêmio, vários apostadores apareceram na lotérica Big Sorte, na praça Barão do Rio Branco, centro de Ponta Grossa (114 km de Curitiba), e tentaram retirar a bolada, conforme conta a gerente do estabelecimento, Valquiria Kubisch, 30. "Já vieram umas dez pessoas tentando se passar pelo ganhador."

De acordo com Valquiria, o último apareceu nessa terça-feira (15), com uma "história bem absurda". "Ele ligou e disse que o comprovante da aposta está em outro país. Perguntou se não tinha como falar com a Dilma [Rousseff] para liberar o prêmio. Ele falou que sempre vem aqui e que iria doar o dinheiro a uma instituição de caridade", disse a gerente da lotérica.

Outros apresentaram volantes preenchidas com as mesmas dezenas sorteadas em 10 de julho. "Um veio aqui e disse 'eu sempre marco esses números'... Mas qualquer um pode chegar e marcar na volante", afirmou a funcionária do estabelecimento.

Em um dos casos, o apostador ligou para a lotérica e pediu para o proprietário ir até a casa dele. "Ele foi lá, e o cliente mostrou o volante marcado, mas não estava autenticado", recorda ela.

As seis dezenas sorteadas na ocasião foram: 01 - 08 - 17 - 44 - 46 - 53. O prazo previsto em lei para retirar o prêmio é de 90 dias a partir da data do sorteio. Com a greve dos bancários, a Caixa deu a possibilidade de o apostador retirar o dinheiro nesta segunda-feira (14), já que a paralisação foi encerrada na maioria dos Estados, mas o sortudo não apareceu.

A assessoria de imprensa da Caixa afirmou ontem que, após o fim do prazo legal, não há data limite para o ganhador se apresentar, mas admitiu que após o final desta semana a chance de ele retirar os R$ 23 milhões ficarão bem reduzidas. O banco sugeriu que ele compareça a uma agência o mais rápido possível e apresente uma justificativa sobre a não retirada do prêmio.

Nesta quinta-feira (17), o gerente nacional de Loterias da Caixa, Edilson Carrogi, afirmou que o prêmio está prescrito e que o ganhador só o retiraria mediante eventual ordem judicial. "O prêmio está prescrito. Administrativamente o pagamento está prescrito."

Assunto na cidade
Valquíria conta que, nas últimas semanas, especulações sobre o ganhador do prêmio foram o assunto de Ponta Grossa. "O pessoal comenta bastante. A história que mais se fala é que o ganhador deixou o bilhete na calça e a mulher lavou. Diz que ele até teve um infarto."

De acordo com ela, no dia em que foi feita a aposta vencedora, foram feitos mais de 500 jogos. Valquíria afirma que algumas "pessoas de idade", que perderam e não conferiram os comprovantes, foram até a casa lotérica tentar descobrir algum jeito de saber se ganharam o prêmio.

"Teve um caso que me deixou mexida, de um senhor que veio aqui até com o advogado. Ele falou que conferiu a aposta, mas jogou o comprovante fora depois que ouviu na rádio que o ganhador tinha apostado em outra lotérica nossa, que fica em frente à prefeitura. Ele apareceu com várias volantinhas, uma delas com a aposta premiada. Até acho que pode ser verdade, mas não posso fazer nada", lamenta a gerente.

Além do ganhador que não retirou o prêmio, outro fato curioso da história da Mega-Sena envolve a lotérica Big Sorte. De acordo com Valquíria, o primeiro vencedor da história da Mega-Sena fez a aposta na casa. Ele faturou R$ 2,3 milhões, em março de 1996.


Reprodução Cidade News Itaú

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