Jogador do Palmeiras evitou morte de Bernardo após tortura, diz polícia

A polícia aguarda, a partir de segunda-feira (6), o depoimento do jogador Charles, do Palmeiras, sobre a investigação de tortura ao atleta Bernardo, do Vasco. Segundo o delegado José Pedro Costa da Silva, foi o volante do clube paulista que interveio junto a traficantes para evitar a morte do meia cruz-maltino, após a suspeita de "Menor P", chefe do tráfico no Conjunto de Favelas da Maré, no Subúrbio do Rio, de que Bernardo teria um caso com Dayana Rodrigues, namorada do criminoso, também torturada. As informações são do Globo Notícia.
A polícia confirmou que o jogador foi mantido sob tortura psicológica por traficantes. Bernardo foi levado para um barraco, onde foi ameaçado e obrigado a ficar nu. Dayana sofreu agressões, levou tiros de raspão e chegou passar por duas cirurgias, segundo a Secretaria municipal de Saúde.
A situação só se resolveu quando Menor P foi convencido por Charles, que é da comunidade, de que, na hipótese de o caso ser divulgado, a presença da polícia ali colocaria sua liderança em risco.
Além de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, outros três criminosos foram identificados como Relâmpago, Zangado e TH. Eles terão a prisão preventiva pedida assim que todas as provas do caso sejam reunidas, segundo o delegado da 21ª DP (Bonsucesso). Os quatro serão indiciados pelos crimes de tortura, lesão corporal grave e cárcere privado.
Bernardo depôs na segunda (Foto: Thiago Lontra /
Agência O Globo)
Bernardo quer 'história encerrada'
O jogador do Vasco Bernardo, em nota divulgada na terça-feira (30), voltou a negar ter sofrido agressões físicas, agradeceu o apoio do clube e de torcedores, e disse considerar o "a história encerrada". Em depoimento, na segunda (29), ele disse que nem conhecia Dayana.
"Após o depoimento oficialmente prestado ontem, quando pude relatar todo o realmente ocorrido, considero esta historia encerrada, permanecendo, claro, sempre à disposição da autoridade policial para prestar esclarecimentos adicionais que possam ser necessários a respeito do assunto", disse o meia, que encerrou o texto com a frase "Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo, antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir".
A investigação começou após a Dayana dar entrada no Hospital Souza Aguiar, com ferimentos a bala, no dia 22. 
Depoimento
De acordo com um dos advogados que acompanhou o meia no depoimento, Elvis Paes, o fato de Bernardo e Dayana não se conhecerem foi comprovado na delegacia. Esta teria sido a única informação fornecida por eles que já não estava na investigação.
“Bernardo foi ouvido como vítima da conduta que foi atribuída ao Menor P e da agressão à Dayana. Todo o relato dos fatos já eram de conhecimento da polícia. O único ponto que a polícia ainda não tinha esclarecido era se ele conhecia a Dayana. Ele declarou e comprovou que jamais tinha visto ela”, explicou Elvis, em entrevista ao G1. "Niguém sabe de onde isso surgiu.

Reprodução Cidade News Itaú

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