A delegada do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) de Curitiba, Paula Brisola, indiciou a médica Virgínia Soares de Souza pelas mortes ocorridas na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba. Para a polícia, se trata de homicídio qualificado, porque as pessoas não tinham chance de se defender.
A médica Virgínia Soares de Souza, que dirigia o setor de UTI do hospital, foi presa na manhã de terça-feira (19) em uma operação que investiga uma série de mortes na UTI do segundo maior hospital da cidade. A médica prestou depoimento na tarde de terça-feira, mas o conteúdo não foi divulgado em virtude do sigilo.
“Se havia consentimento das vítimas ou dos parentes faz parte da investigação. Ainda não está descartado”, explicou a delegada. Ela disse que todas as denúncias serão investigadas, e caso seja constatada a indução à morte com o consentimento dos pacientes ficará configurada a prática de eutanásia. De acordo com o Código Penal Brasileiro, eutanásia se enquadra no artigo 121, homicídio, com pena entre 6 e 20 anos de prisão.
A delegada afirmou que a prisão temporária da médica foi para a segurança dos pacientes da UTI e também para o prosseguimento da investigação, que foi iniciada há um ano com um dossiê da Ouvidoria Geral do Estado entregue ao Ministério Público e, posteriormente, ao Nucrisa. Porém, segundo a delegada, os casos podem ter começado ainda antes, mas, por enquanto, não há como precisar quando nem quantificá-los.
O sigilo do caso foi solicitado pela delegada devido à gravidade do caso e à comoção pública que o assunto provoca. A delegada também disse que há indícios suficientes para o inquérito policial, mas que eles ainda não podem ser revelados em razão ao sigilo de Justiça. De acordo com a delegada, toda a equipe está sendo ouvida pela polícia.
O delegado-chefe da Polícia Civil, Marcus Micheloto, afirmou que outras pessoas – que trabalharam e trabalham na UTI – estão sendo investigadas e que se for confirmada a participação de outras pessoas, poderá ser considerada formação de quadrilha. “Ainda não sei dizer quantos envolvidos ou quantos óbitos”, relatou Micheloto.
Conforme a delegada, todos os “meios de prova serão feitos”, como, por exemplo, a exumação de corpos. Ela pede para que as pessoas contribuam com a investigação e denunciem pelos telefones 3883-7120 / 3883-7116 / 3883-7125 ou pelo e-mail nucrisa@pc.pr.gov.br.
Do G1
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