O presidente da Câmara dos Deputados Henrique Alves afirmou que mais que insatisfação, tem frustração com o governo Rosalba.
Segundo ele, o problema não é com a pessoa da governadora, mas com o governo. “Mas que insatisfação, temos frustração. Não por ela, que tem qualidades, é uma grande governadora, honesta, ética, humilde, trabalhadora. Mas não é isso só que faz um governador”.
Segundo Henrique, “um governo se faz com a unidade de um grupo político forte, com planejamento estratégico, diálogo, compartilhando decisões, democratizando, sabendo ouvir críticas, escolhendo uma equipe que represente anseios, um quadro político que apoie”. Sobre isso, Henrique diz que “não está acontecendo a coisa solidária, a coisa coletiva, uma discussão permanente, uma avaliação sistemática, de programas”, entre os aliados e o governo.
“É a terceira vez que falo e não percebo resultado. Essa conversa (segunda-feira que vem, em Brasília, reunindo a governadora, os presidentes do PMDB e do PR no RN, mais o ministro Garibaldi e o presidente da Assembleia, Ricardo Motta) foi minha sugestão, inclusive no sentido de que não fosse só o PMDB, mas o grupo político. Garibaldi governador fez o grupo dele, Wilma fez o dela. Governo de uma andorinha só não faz verão. Tem que ter um grupo de discussão, debate, interação. Ou parte para isso ou o governo tende a se isolar”.
Quanto a Carlos Augusto Rosado, que entrou no governo para resolver o problema da articulação política, Henrique disse que “esse diálogo está faltando”. E voltou a citar o natimorto Conselho Político do final de 2011. “Aquele Conselho Político que ele propôs achando que podia se reunir sistematicamente, discutir os fatos, receber críticas construtivas, redirecionar caminhos quando necessário, só que nunca se reuniu”, criticou.
“Não sei quem conversa politicamente com a governadora, não sei quem compõe o quadro de análise. Não sei. Só sei que não é o PMDB. A governadora é sempre gentil conosco, nada a reclamar, do respeito pessoal conosco. Quero até agradecer. Mas não é isso que queremos. Queremos discutir as questões do RN, questões estratégicas, planejamento, programas, a médio e longo prazo. Isso tem gerado uma frustração muito grande em relação à base política. A própria Assembleia, a bancada federal, prefeitos e vereadores, que são a célula mais fundamental, que vivem a realidade dos municípios, se ressentem disso”, completou.
Por Alex Viana/Robson Pires
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