Registros por excesso de velocidade e por desrespeito ao rodízio municipal de veículos caíram; já as infrações por conversão irregular aumentaram
Frota de SP cresceu 36% entre 2006 e 2012. Já a emissão de multas aumentou 149% (Nelson Antoine/Fotoarena)
A prefeitura de São Paulo arrecadou 1 520 reais por segundo no ano passado com multas de trânsito. Foram cerca de 799 milhões de reais ao longo de 2012 - equivalente ao orçamento de uma cidade pequena, como Mauá, na região metropolitana de São Paulo. O valor é 7% maior do que o arrecadado em 2011 (à época foram 747 milhões reais). A frota de veículos da capital, por sua vez, cresceu cerca de 2% no período.
O destaque é que houve queda nas infrações de desrespeito ao rodízio municipal de veículos e de excesso de velocidade - as multas mais emitidas na cidade. Em 2011, foram 2,6 milhões de multas por causa do rodízio, ante 2,1 milhões no ano passado. As multas por excesso de velocidade sofreram queda de 130.000 em 2012: o total chegou a 3,2 milhões de infrações registradas.
Políticas adotadas pela gestão Gilberto Kassab (PSD) entre 2006 e 2012, especialmente a instalação de 600 radares eletrônicos, fizeram o total de multas aplicadas na capital subir 149% nesse período (foram, ao todo, 9,9 milhões de multas aplicadas em 2012, contra 3,9 milhões em 2006). Nesse mesmo período, a frota da cidade cresceu 36%: de 4,9 milhões para 6,7 milhões de veículos, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
O número de pessoas mortas no trânsito, por outro lado, caiu apenas 2,9%: de 1.407 em 2006 para 1.365 em 2011 (o último ano em que existem dados disponíveis). Uma das principais justificativas para o aumento da fiscalização é a redução das mortes.
Mais multas - No balanço de multas enviado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o item que mais cresceu foi o de "outras infrações", que inclui 277 enquadramentos do Código de Trânsito.
Entre as principais infrações relacionadas nesse item, segundo a CET, estão: deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ou luz indicadora, mudança de direção; executar operação de conversão à esquerda em local proibido pela sinalização; transitar pela contramão de direção em via com sinalização de regulamentação de sentido único; deixar de dar preferência ao pedestre atravessando a via transversal.
Nesse item, amplo, o aumento foi de 173% (de 603.000 para 1,6 milhão de multas). Esse quesito inclui as multas que passaram a ser aplicadas como parte das ações da campanha de proteção ao pedestre, lançada pela prefeitura para reduzir os índices de atropelamento da cidade.
(Com Estadão Conteúdo)
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