A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) perdeu o “crédito” com o Judiciário e com o Ministério Público Estadual.
A crise institucional em andamento, devido o não-repasse
orçamentários para esse poder e esse órgão fiscalizador da lei, é de enorme
gravidade.
Ano passado, a governadora chegou a ter uma reunião dramática no
gabinete da desembargadora e presidente do Tribunal de Justiça do RN (TJRN),
Judite Nunes. Terminou em lágrimas, balbuciando algumas palavras quase
ininteligíveis diante da desembargadora e outros interlocutores graduados.
Porta-vozes do governo avisaram que haveria retenção de recursos
devidos ao TJRN. Judite Nunes e outros membros do Judiciário reagiram à falta
de compromisso e ameaçaram com represálias legais.
Rosalba viu-se obrigada a recuar e pedir audiência com Judite,
para aplainar relações institucionais.
O que agrava essa nova crise, é a dissonância entre as
informações oficiais do Estado sobre recursos públicos e suas prioridades.
Rubrica para propaganda teve aumento de 120% para 2012 e recursos hídricos
(para este ano de seca) caiu em mais de 72%.
A arrecadação não para de crescer e durante a campanha municipal
recém-encerrada, a governadora passou quase 30 dias ininterruptos em Mossoró
com o lançamento de uma série de programas e serviços, assegurando que o erário
estava sadio e robusto, pronto para investimentos.
Prometeu até restaurar o Estádio Leonardo Nogueira, o
“Nogueirão”, ao custo de quase R$ 40 milhões.
Com Judiciário e MP juntos, os discursos do “retrovisor” e da
crise financeira “não colam”.
O choro pode ser livre, mas também não deve ganhar amparo.
O governo chega a um momento crucial de sua relação com a
sociedade e outros poderes, à exceção do Legislativo – que não tem do que
reclamar quanto a recursos. São cerca de R$ 500 milhões disponíveis para seu
funcionamento, só este ano.
Acompanhemos as cenas do próximo capítulo.
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