A coordenadora Virgínia Ferreira, nomeada por Carlos Eduardo para comandar sua equipe de transição de governo, espera que o afastamento de Micarla de Sousa da chefia do executivo municipal não interfira no trabalho. Ela fez, na manhã desta quarta-feira (31), o primeiro contato com os auxiliares de Micarla, ainda antes da decisão do Tribunal de Justiça, que acatou pedido do Ministério Público e determinou a posse, imediata, do vice-prefeito Paulinho Freire.
“O que eu posso dizer? Esperamos que o afastamento de Micarla não interfira no nosso trabalho. O coordenador nomeado pela prefeito Rivaldo Fernandes, já solicitou os relatórios de todas as secretarias. Qualquer mudança, agora, pode atrapalhar o nosso planejamento”, declarou Virgínia. A assessoria de comunicação do prefeito eleito informou que Carlos Eduardo prefere não se manifestar sobre o afastamento de Micarla.
No início da semana, em entrevista exclusiva ao G1, Carlos Eduardo chamou Micarla de “incompetente e irresponsável", ao analisar os motivos pelos quais os natalenses desaprovam a gestão municipal com índices superiores a 95%, conforme pesquisa Ibope divulgada durante a eleição na capital.
“Condimento político”
Advogado constituído por Micarla de Sousa, Paulo Lopo Saraiva, também ao G1, declarou que vai recorrer da decisão pelo Tribunal de Justiça. Contudo, “até que o vice-prefeito assuma o cargo, Natal será uma cidade sem prefeito”, afirmou.
O advogado também disse que o afastamento de Micarla “tem condimento político”. Segundo ele, “acabamos de sair de uma eleição e não havia necessidade de pedir o afastamento da prefeitas, já que ela já havia nomeado sua equipe de transição", pontuou.
O afastamento
Micarla foi afastada do cargo por ordem da Justiça nesta quarta-feira (31). A decisão é do desembargador do Tribunal de Justiça do RN, Amaury Moura Sobrinho, que também determinou que o presidente da Câmara Municipal, Edivan Martins, dê posse, "imediatamente e dentro das prerrogativas legais", ao vice-prefeito Paulinho Freire.
Micarla de Sousa e os secretários municipais Jean Valério e Bosco Afonso, além do marido da prefeita, o radialista Miguel Weber, são acusados de participar de um esquema de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde, que culminou com a deflagração da Operação Assepsia. Ouvidos pela equipe de reportagem, os secretários negaram as acusações.
Operação Assepsia
A Operação Assepsia, deflagrada em 27 de junho deste ano, desarticulou um esquema que promoveu contratos do município com organizações sociais para a administração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pajuçara e dos Ambulatórios Médicos Especializados (AMEs) por meio de fraudes nos processos de qualificação e de seleção das entidades.
Os contratos com as entidades foram anulados pela Justiça. De acordo com as investigações, as organizações contratadas inseriram despesas fictícias nas prestações de contas apresentadas à Secretaria Municipal de Saúde como uma das formas de desviar recursos públicos.
Fonte: G1/Cidade News Itaú
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