“Ela
adora a Dilma e não é de hoje. Faz muito tempo. Eu a conheço, ela não
vai desistir enquanto não encontrá-la”, disse nesta quinta-feira (20)
Neusa Ferreira da Silva, de 58 anos, mãe da campineira Edmeire Celestino
da Silva, de 29 anos, que se diz ‘marido’ da presidente.
Edmeire
saiu de sua casa, em Campinas (93 km de São Paulo) há 12 dias para
tentar se encontrar com Dilma. “Ela saiu dizendo que ia se encontrar com
a presidente de qualquer jeito. Se a Dilma fizesse ao menos um ‘oi’ pra
ela, talvez ela já ficasse feliz e voltasse pra casa”, disse a mãe.
Neusa
está preocupada com a situação da filha em Brasília. “Parece que ela tem
dormido lá no Planalto, mesmo. Nem sei o que está acontecendo direito.
Falei com ela ontem, mas não entramos nesses detalhes.”
A mãe
também disse que quando viu a notícia que ela havia tentado invadir o
Palácio do Planalto ficou desesperada. “Até liguei no hospital de
Brasília, mas não consegui contato naquele dia. Agora estou mais
tranquila, falei com ela ontem, mas não vejo a hora que ela volte para
casa. A assistente social lá de Brasília fez ela me ligar ontem. Ela
está bem tratada e limpinha.”
Segundo
a mãe, além de ser vidrada em Dilma, Edmeire sofre de transtorno
bipolar. “Cuido dela como se fosse uma criança. Por mim, ela nem sai
sozinha, mas ela trabalhou uma semana para um candidato, guardou o
dinheiro e disse que ia de qualquer jeito para Brasília, na quinta-feira
antes do feriado de 7 de Setembro.”
“Ela
queria só gritar 'eu te amo, minha Dilminha' e chegar perto da
presidente no desfile, mas como chegou à cidade depois do evento, ligou e
avisou que ia ficar por lá até conseguir falar com a presidente”,
relatou a mãe.
Neusa
também informou que esta não foi a primeira vez que a filha viajou para
se encontrar com a presidente. “Ela tenta se aproximar de Dilma há anos.
Já foi até para o Rio de moto, para tentar vê-la, mas não conseguiu.”
Edmeire
tem uma barraca de sucos no Jardim Nova Europa, em Campinas, mas quem
cuida do local é Neusa, já que a doença faz com que a filha tenha
oscilações de humor e comportamento.
A tentativa
O caso
de Edmeire veio ao conhecimento no último dia 11 de setembro, quando
ela chegou ao Palácio do Planalto, em Brasília, subiu a rampa e disse
que queria falar com Dilma. Edmeire vestia roupas masculinas e se
apresentava como “marido da presidente”.
Os
seguranças da Guarda Presidencial tentaram impedi-la de entrar, mas ela
insistiu, e os seguranças foram obrigados a detê-la disparando dois
tiros de festim e retirando-a de lá à força. De acordo com a assessoria
de imprensa da Superintendência Regional da Policia Federal, em
Brasília, o pessoal da segurança achava que se tratava de um homem.
O sexo
de Edmeire só foi descoberto no Hospital das Forças Armadas, para onde
foi encaminhada e medicada. Após a liberação, a moça foi encaminhada à
PF, onde foi feito um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) por
perturbação de sossego.
Edmeire
deverá comparecer à Justiça e vai responder em liberdade. Se condenada,
a pena para o crime poderá ser cesta básica ou prestação de trabalho
voluntário. A Polícia Federal informou acreditar que a jovem não tenha
problemas psiquiátricos, apenas uma admiração grande pela presidente.
Na
última terça-feira (18), Edmeire foi vista nas redondezas do Palácio
novamente, mas não foi detida porque não adotou nenhuma conduta
agressiva.
Pombos
Essa
não foi a primeira vez que Edmeire tentou chamar a atenção de Dilma. Em
novembro de 2010, ela ficou conhecida como o terror das pombas no Largo
do Rosário, no centro de Campinas, depois de degolar três delas usando
uma faca de cozinha presa a um cabo de vassoura.
Na
época, ela também estava vestida com roupas masculinas e afirmou à
polícia que era o marido da presidente Dilma e que teria matado os
animais para chamar a atenção dela.
Edmeire
estava transtornada no dia e só foi detida depois que o vice-presidente
da Unidade de Proteção ao Animais (UPA), César Rocha, a perseguiu pela
praça e chamou a polícia. Ela foi encaminhada para a Delegacia dos
Animais da cidade, onde declarou seu amor à presidente.
Edmeire
foi liberada após a elaboração de um outro TCO por maus-tratos e porte
de arma branca e foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, onde ficou
internada por três meses.
De acordo com Neusa, desde essa época, a filha passou a fazer tratamento no setor psiquiátrico do HC.
Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú
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