Nova espécie de aranha é a 1ª da América do Norte desde 1870


Família de aracnídeos foi encontrada por um xerife em uma caverna em 2012; a partir daí pesquisas rigorosas foram feitas

 


Foto: AP
Nova espécie de aranha foi descoberta em caverna dos EUA
Nova espécie de aranha foi descoberta em caverna dos EUA
Exploradores amadores descobriram uma nova família de aranhas nas montanhas Siskiyou, no sul do Estado americano do Oregon, de acordo com informações da AP. Os cientistas apelidaram a família de aranhas de Trogloraptor - versão do latim para ladrão de cavernas, em referência às garras dianteiras dos animais. A descoberta foi descrita na edição online de sexta-feira da revista ZooKeys.
Os exploradores enviaram amostras para a Academia de Ciências da Califórnia, em São Francisco, nos EUA, onde está a maior coleção de aranhas da costa oeste do país. Estudiosos disseram que esse tipo de aracnídeo - de cor marrom avermelhado e do tamanho de uma moeda de um dólar - tem uma evolução tão distinta que requer a criação de uma nova espécie. Trata-se da primeira família de aranhas encontrada na América do Norte desde a década de 1870.
Segundo Charles Griswold, curador de aracnídeos na instituição, foi preciso muito tempo para descobrir, primeiro, o que o animal não era. "E levamos mais tempo ainda para descobrir o que ele é. Usamos a anatomia e o DNA (código genético) para entender seu lugar na cadeia evolutiva. Então consultamos outros especialistas de todo o mundo sobre isso. Todos eles concordaram com a nossa opinião de que essa espécie era algo completamente novo para ciência."
Jonathan Coddington, curador de aracnídeos no Smithsonian Institution e diretor associado para ciência no Museu Nacional de História Natural, concordou que as aranhas representam uma família nunca antes vista. Norman I. Platnick, curador emérito de aranhas no Museu Americano de História Natural, disse que a descoberta foi tão excitante para os cientistas que estudam aracnídeos como a descoberta de um novo dinossauro é para os paleontólogos.
"Porque essa espécie pertence a um dos grupos mais primitivos de aranhas e tem o potencial de mudar muitas de nossas ideias atuais sobre a evolução inicial de aranhas", disse ele. "Mas é melhor do que um fóssil, porque podemos estudar todo o organismo, com o seu comportamento e fisiologia, e não apenas os aspectos dos animais fossilizados." Segundo Coddington, cavernas tendem a manter espécies primitivas, impedindo a evolução natural, porque são protegidas de mudanças climáticas e outras intempéries.
O nome dessa espécie de aranhas - marchingtoni - homenageia o xerife do condado de Neil Marchington, que estava na expedição à primeira caverna em 2010. Um ano mais tarde, ele levou os cientistas da academia para o local para coletar espécimes vivos. "Muitas vezes, as cavernas são ecossistemas muito originais e o que encontramos lá pode ser muito interessante", disse Marchington. Ele disse que cerca de uma dúzia dos animais recolhidos estavam nas paredes e no teto da caverna e foi preciso colocá-los em frascos antes de enviá-los para a academia.

 

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