Atentados a ex-motorista não têm relação com caso Eliza, diz delegado.



De acordo com Wagner Pinto, o suspeito dos disparos é um adolescente.
Cleiton Gonçalves sofreu 2 tentativas de homicídio, segundo com advogado.



O delegado-chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), Wagner Pinto disse na tarde desta terça-feira (28) que os atentados sofridos por Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, não estão relacionados com o caso Eliza Samudio. De acordo com Lorivaldo Carneiro, advogado de Gonçalves, seu cliente foi baleado de raspão no domingo (26) e teve seu carro alvejado na segunda-feira (27). Um adolescente foi indicado pela própria vítima com o autor dos disparos.

"O primeiro ponto com relação à tentativa de homicídio perpretada contra o Cleiton, ela não tem qualquer relação com os fatos referentes ao caso da morte da Eliza Samudio. Nós ouvimos ele hoje aqui no departamento, já identificamos quem efetuou os disparos nele e por quais motivos", disse o delegado. O suspeito não havia sido apreendido até o fim da tarde desta terça-feira.
Wagner Pinto, durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (Foto: Humberto Trajano)Wagner Pinto, durante entrevista coletiva na tarde desta
terça-feira (Foto: Humberto Trajano)
Wagner Pinto informou que as duas tentativas de homicídio estão relacionadas a uma morte ocorrida em uma churrascaria, dentro de um posto de gasolina, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 2 de março deste ano. Na ocasião, um homem foi morto. Cleiton chegou a ser preso, mas foi liberado. Outros dois homens foram detidos na mesma ocorrência.
"A motivação está inserida no caso da churrascaria Bonanza, no qual foram presos dois elementos, o 'Vinte e Dois' e o 'Sombra', e ele também foi investigado à época. E segundo ele (Cleiton), essa tentativa tem associação com esse fato", explicou o delegado. "Seria descontentamento por dois estarem presos e ele não estar preso. A instrução e julgamento se deu ontem e, devido a isso aí, houve o mando para que eles tentassem contra a vida dele, tentassem não né,  eliminassem ele", completou. 
Defesa
Para o advogado de Cleiton Gonçalves, Lorivaldo Carneiro, a motivação das tentativas de homicídio não têm relação com o caso Eliza Samudio. “Esses dois fatos não tem nada a ver com a situação do caso Bruno. São fatos totalmente isolados”, afirmou Carneiro. Ainda de acordo com ele, os fatos estariam relacionados a motivo passional. 
O primeiro atentado aconteceu cinco dias depois que Sérgio Rosa Sales foi morto a tiros no bairro Minaslândia, na Região Norte da capital mineira.

“Ele [Cleiton] ainda corre risco de morte”, diz Carneiro. Questionado sobre o que vai ser feito das tentativas de homicídio, Carneiro afirmou que vai aguardar a investigação da Polícia Civil.

À época do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, Gonçalves chegou a ser preso, mas não foi denunciado pelo crime de assassinato da ex-namorada do goleiro Bruno. Ele dirigia um carro Land Rover, que pertencia ao jogador, e foi apreendido no dia 8 de junho de 2010 em um blitz de trânsito. Ao iniciar as investigações sobre o desaparecimento de Eliza, a polícia encontrou no carro manchas de sangue da ex-namorada do goleiro. Segundo o advogado, polícia e Ministério Público não encontraram provas da participação de Gonçalves no caso e, por isso, ele foi solto.
G1 também entrou em contato com Cleiton Gonçalves. Por telefone, ele disse que está bem, mas não quer falar sobre o caso.
Investigação
A Subsecretaria de Administração Prisional de Minas Gerais (Suapi) informou, nesta terça-feira (28), que vai abrir um procedimento interno para apurar se o goleiro Bruno Fernandes realizou comunicações não autorizadas na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essas comunicações teriam sido feitas através de telefone. O atleta, que é réu no processo que apura o desaparecimento de Eliza Samudio, está preso na unidade desde 2010.
De acordo com a Suapi, agentes realizam vistorias diárias nas celas dos detentos. Ainda segundo a subsecretaria, em todas as varreduras realizadas na cela de Bruno, nunca foi encontrado qualquer material ilícito.
O advogado Rui Pimenta, um dos defensores do goleiro, disse ao G1 desconhecer que Bruno tenha acesso a celular na penitenciária. “Eu, por exemplo, nunca conversei com ele por celular. Somente pessoalmente”, afirmou.

Caso Eliza Samudio

O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, mas ele respondia ao processo em liberdade. Ele foi morto em 22 de agosto de 2012. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa, 19 anos – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Atualmente, Rosa cumpre medida socioeducativa, pois foi apreendido quando ainda era adolescente.

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.
FONTE:G1/ENCONTRO DA NOTÍCIA

Postar um comentário

0 Comentários