As águas profundas dos mares guardam segredos fantásticos.
Quem imagina seres inacreditáveis ao pensar no que pode haver no espaço sideral
deveria dar uma olhada no nosso “espaço oceânico”!
Abaixo dos 200 m de profundidade há uma incrível e pouco
conhecida comunidade de animais, de todos os tamanhos e formas. Uma delas é o
TATUÍ-GIGANTE, também chamado por Baratão, e que não tem nada de inseto. Na
realidade ele é um tipo de crustáceo, um isópode parecido com os tatuzinhos de
jardins, mas gigante, o Bathynomus spp., que pode chegar a quase 80 cm e 2
kg! Esse bicho vive no fundo, dos 200 aos 2.000 metros e em temperaturas entre
7 e 4 graus Celsius, sempre em contato com o solo, procurando comida.
Como comida não é uma coisa fácil de encontrar nessas
profundidades, vivem perambulando pelo fundo e, quando a encontram, comem até
se fartar, por vezes impedindo-os de se mexerem! São verdadeiros urubus das
profundezas, comendo tudo o que encontram, incluindo carcaças de baleias, e não
desprezam caranguejos e outros animais com que topem pelo caminho. Estudos
científicos mostram que são capazes de passar até 2 meses sem comer.
Apesar de repugnantes à primeira vista, têm olhos lindos e
multifacetados (até quase 4.000 facetas!) e um belo par de antenas. O primeiro
de seus 7 pares de pernas é modificado, servindo de garras para apreender o
alimento e levá-lo à boca. E, para se protegerem de eventuais predadores (mas
quem é que vai comer isso!?) podem se enrolar como uma bola, apenas com a
carapaça externa exposta.
O Baratão é um ás da sobrevivência. Não bastasse seu
tamanho e carapaça, a fêmea cuida do filhote com cuidados dignos de cangurus,
protegendo-o e mantendo-o delicadamente aninhado entre suas pernas.
De acordo com os biólogos que trabalham no Projeto TAMAR,
essa é uma espécie comum das águas frias além dos 400 metros de profundidade da
região da Praia do Forte, na Bahia. Vários deles são mantidos vivos pelo TAMAR
dessa localidade, em um recinto especial e aberto ao público, o Submarino
Amarelo.
Ali, em aquários especiais e com controle completo de temperatura e
luminosidade, podem ser vistos também outros representantes da fauna das
profundezas, inclusive pequenos tubarões recém-nascidos.
Do Canal Azul/TV Ig
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